terça-feira, 18 de março de 2014

Belém (Palestina) I

Se existe algo difícil de se entender nessa terra, é a situação política, extremamente frágil, entre Israel e a Palestina. Aqui pude compreender um pouco mais, indo para Belém.




Belém fica em uma região conhecida como West Bank, ou, Cisjordânia, a apenas 9km de Jerusalém. Pode-se ir de ônibus circular, à partir do Portão de Damasco, ou, ir com guias. Escolhemos ir com guias. A diferença de preço é muito grande, mas o medo, de newcomer, nos fez escolher ir com guia e van. 60% da população de Belém é muçulmana e 40% cristã (Católicos, Ortodoxos e Armênios).

Tal região foi demarcada após as 3 guerras que Israel enfrentou (Guerra da Independência, Guerra de Yom Kippur e Guerra dos Seis Dias), e é praticamente toda murada (700km de muro). Os palestinos não gostam da idéia, pois se sentem aprisionados. A Cisjordânia foi dividida em basicamente três zonas: A, B e C, de acordo com o Tratado de Oslo II, em 1995. Tais zonas, definem quem pode entrar onde, quando e porque. Para maiores detalhes dobre as zonas, consulte este link.

Na foto abaixo (a unica que consegui tirar no muro), o muro esta na parte superior direita, ao fundo. É composto por placas de concreto armado, lisas, e muito altas. O muro esta todo grafitado, lembrando um pouco o Muro de Berlim.



Israelenses não podem cruzar o checkpoint, nem Palestinos vir para Israel. Quer dizer, para ambos cruzarem o checkpoint, precisam de permissão. Em alguns casos permite-se cruzar a fronteira: maiores de 40 anos, alguns casos de doença e outras exceções. Carros Israelenses podem cruzar a fronteira, mas carros Palestinos nunca entram em Israel, nem com permissão. Eles se diferenciam pela placa: Placas brancas, são carros Palestinos; Placas amarelas, com uma faixa branco e azul à esquerda, são Israelenses; Placas verdes são de taxis Palestinos e transportes públicos.


Nos checkpoints, como o visto na primeira foto, toda a guarda é feita pelo exercito Israelense, somente. Uma forte segurança existe lá. Para cruzar a fronteira, precisa carregar o passaporte, mas nem sempre eles vistoriam. A vistoria é feita tanto na ida à Palestina quanto na volta a Israel. A van que estávamos não foi parada. O motorista tem permissão para cruzar a fronteira.

Belém é uma cidade controlada, incrivelmente, pelos cristãos (Ortodoxos e Católicos). O prefeito tem que ser cristão. Caso seja católico, os vereadores serão ortodoxos, e vice-versa. Perguntei para o guia (que é belemita): 
- e os muçulmanos, como ficam perante a política?
- apenas assistem, disse ele!


O turismo é responsável por 60% da renda da cidade. 35% do corte de pedras e o resto não sei. Desde Belém até o Mar-morto, o calcário (limestone) predomina nas construções: As muralhas da Cidade Velha,  as construções, as casas, as cavernas, as torres, etc, tudo feito de calcário. Por ser abundante em Israel, e de fácil manipulação, ele é largamente utilizado. Existem três tons de amarelo. Por isso que, ao olhar para uma foto de Belém, parece ser tudo igual. E é.



As únicas coisas interessantes de se ver em Belém, são relacionadas ao nascimento de Jesus. Basicamente, são três: O Campo dos Pastores, A Capela da Natividade, e a Grota do Leite.

O Campo dos Pastores

É um campo, onde, supostamente, os pastores de ovelha avistaram a estrela, e a seguiram até o local do nascimento. Como não podia deixar de ser, existe uma capela no local. Na verdade, duas.



Capela principal







Uma gruta





A Palestina é composta de várias montanhas, ou, montes. Abaixo, algumas fotos da vista do Campo.

Assentamento Palestino em território Israelense. Não tenho a menor ideia de como funciona.




Próxima parada foi na Capela da Natividade. Veja o post Belém (Palestina) II.

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